domingo, 16 de janeiro de 2011

François

...Sentiram seu cheiro ontem, no meio da rua. Acharam engraçado, que quando sentiram o cheiro, ficaram pensando se conheciam realmente aquele cheiro de algum lugar. Depois, perceberam: era realmente dele. Sentiram saudade. Vontade de vê-lo...

Dobrando a esquina, ia François com suas rosas, vermelhas de sangue, não se sabe para onde. Um encontro talvez. Talvez. Não se sabe. M. Antoine e seu cigarette das cinco seguiam-no com seus olhares maldosos. Da janela. Dominique mascava la gomme como que para conter a ansiedade. Dominique anda quieto. Aí está algo por vir...  François vai sumindo ladeira abaixo, a cabeça desaparecendo sob o céu.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Dominique

... que isso não é justo e que isso não é coisa que se faça...
Uma palhaçada, Antoine, palhaçada.
E você que dizia acreditar e confiar naquela mulher, Antoine, sem sequer conhecê-la, Antoine, seu jeito de relacionar, seu trabalho... Nada, Antoine, nada!
Eu me senti um ridículo, Antoine, um ridículo... Ela fez com que eu me sentisse um ridículo... Antoine...

Calma, Dominique, tomemos chá.

... e Dominique aponta o dedo na cara de M. Antoine, bufando... e prossegue... vermelho de raiva...

domingo, 19 de setembro de 2010

M. Antoine.

Enquanto aguarda ansiosamente a saída de Hércules do spa, M. Antoine assiste O devorador de pecados  no intuito de que o dia logo amanheça trazendo a melhora de uma suposta ressaca e uma náusea infernal.
Então, até que se façam surgir os primeiros raios, M. Antoine, o morcego, hiberna.
A boca vermelha de sangue. As unhas vermelhas de esmalte.
É noite.